sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Estudar ou não estudar... Eis a questão!




Você gosta de estudar?
Se você respondeu sim, parabéns! Você é uma pessoa em um milhão!
Isso não é um dado real, claro, mas é muito pouco frequente você encontrar alguém que diga que goste de estudar, de fato. Algumas pessoas gostam de ler, assistir documentário, mas estudar mesmo, não!
Mas porque será que isso acontece já que “todo mundo” diz que estudar é bom?
Certa vez, estava eu em uma biblioteca para devolver um livro e o Senhor, responsável pelo recebimento do material estava ensinando a lição ao filho de aproximadamente 7 anos, enquanto o Senhor se distraiu recebendo meu livro o menino começou a se balançar na cadeira, rapidamente o Senhor virou para a criança e disse em tom firme, segurando a cadeira: “sente certo, hora de estudar não é hora de brincar”.  
Muitos pais estão acostumados a chegar em casa e perguntar: “já fez o dever de casa?”, “não?” “bla bla bla... vá fazer”... A atividade ESTUDAR está, em muitas ocasiões, acompanhada de sentimentos e reações negativas.

Quando se trata de estudar, temos três questões básicas:

1-                     Estudar envolve exercitar o cérebro, isso mesmo, como se você tivesse na academia, só que ao invés de malhar o braço você exercita o cérebro e logo quando você começa dá aquela preguiça, né? E a única vontade que dá é de correr e ir fazer tarefas que não gaste tanta energia.
2-                     Estudar é um comportamento altamente complexo, que exige um conjunto de “pequenos comportamentos”. Explico! Recorde-se de quando você começou a dirigir ou a andar de bicicleta, lembra? Qualquer mínimo detalhe exigia muita atenção, mas depois de um tempo e muita prática tudo se tornou automatizado, não? Apesar de não parecer ou muitas vezes não notarmos, o comportamento de estudar envolve múltiplas funções também, como além de atenção e concentração, exige que o estudante possua habilidade de leitura e compreensão, autocontrole, que ele saiba pegar no lápis, escrever e muitas outras.
3-                     A simples tarefa de estudar foi (é) para muitas crianças pareada com situações desagradáveis, como no caso do menino que contei acima, levar uma bronca do pai. Essa bronca vem acompanhada de sensações ruins, como humilhação (receber bronca na frente de muita gente), tristeza... na maioria das vezes esse estudar vem acompanhado de uma avaliação/prova (com possibilidade de reprovação); grito de professores, grito de pais; excesso de tarefas que a criança não dá conta e que concorre com atividades mais atrativas... enfim... o estudo está quase sempre de mãos dadas com alguma coisa de ruim, o que o torna tão desagradável para muitas pessoas.
Entretanto, agradável ou não ele tem se feito cada vez mais necessário. O ideal é, em primeiro lugar, uma intervenção na educação básica, de forma que, o estudo venha a dar as mãos a sentimentos mais legais, né? Mas vamos focar aqui em como desenvolver hábitos de estudos mais adequados para aqueles mais crescidinhos, em outro momento focamos nessas intervenções básicas... Vamos as DICAS:

Torne o estudar um hábito. Do mesmo jeito que você se habitua a ir à academia, você se habitua a estudar (não vale se você desistiu da academia na primeira semana rsrsrsrsrs). Comece aos poucos, como já disse em outro texto, se você não estuda nem meia hora por dia, não vai conseguir estudar horas por dia, certo? Comece estabelecendo metas pequenas, elencando as prioridades, intercalando uma matéria ou assunto preferido com aquele menos agradável. Aos poucos, quando você já conseguir se habituar com aquela meta, aumente-a um pouquinho.
 2° Atentar aos pré-requisitos. Muitas vezes fugimos de algum assunto ou matéria simplesmente porque não a entendemos, ou achamos muito difícil, isso pode ser um sinal de que você ainda não aprendeu o assunto anterior. Exemplo: a professora de matemática passou uma atividade simples, para resolver uma equação do primeiro grau, no entanto, para resolvê-la, é necessário que o aluno tenha domínio, dentre outras coisas, das quatro operações básicas da matemática (adição, subtração, multiplicação e divisão), não é mesmo? Às vezes temos essa mania de acompanhar o assunto que o professor está dando em sala de aula a qualquer custo e lá “emperramos”, então, se está com dificuldades, volte uma casa.    
Crie antecedentes que aumente a probabilidade de estudar. Você precisa organizar um ambiente próprio para estudo. Não na sua cama, nem no sofá... O local para estudar deve ser um lugar propício, contendo preferencialmente uma mesa limpa (apenas com o material de estudo e preferencialmente o material a ser utilizado naquele exato momento), uma cadeira, ser bem iluminado, longe de distratores (televisão, celular, computador e etc.); estabeleça um horário para estudar e torne-o parte da sua rotina diária; mantenha os cadernos, livros e demais materiais organizados e limpos, visualmente agradáveis. FUJA de locais barulhentos e com muitas pessoas, principalmente se há a possibilidade de essas pessoas desejarem conversar com você ou você com elas. Caso tenha outras atividades obrigatórias, como arrumar o quarto ou a casa ou qualquer coisa que seja, faça logo, para que na hora em que estiver estudando não apareça ninguém (geralmente mãe ou pai) mandando você ir fazer.  
Intercale disciplinas que menos gosta com as que mais gosta: Geralmente nos empolgamos estudando aquela matéria mais legal e vamos procrastinando aquela chatinha, ou então, para não deixa-la para trás ficamos nela, mas de tão chata, não conseguimos andar e ficamos emperrados. A solução para isso é ir intercalando, uma chata, uma legal, uma chata, uma legal.... Assim você estuda tudo e quem sabe percebe que aquela chata nem é tão chata assim!
Se dê recompensas. Conseguiu cumprir a meta? Que tal assistir aquele episódio novo daquela série super legal? Ou jogar uma partida de videogame? Enfim, fazer algo que goste.
Seguindo essas dicas, aos pouco você começa a soltar as mãos dos sentimentos ruins e começa a dar as mãos aos bons. Começarás a notar que está conseguindo estudar mais, logo, aprende mais, consequentemente, as notas aumentam também, e você vai poder ir naquela festinha no final de semana sem culpa e sem ouvir reclamações dos pais, e talvez, quem sabe, ganhe até alguns elogios?   
Bom, por hoje é só. Espero ter ajudado! Qualquer dúvida, sugestão ou reclamação é sempre bem-vinda.
Conhece alguém com esse mesmo problema? Então compartilha o texto com ele (a). Agora é só colocar tudo em prática e correr para o abraço. 
                                   


                                              CASO OS SINATOMAS PERSISTAM    
                                        UM PSICÓLOGO DEVERÁ SER CONSULTADO.





 
 




Rebeca Porto – Psicóloga (CRP: 02/18624)

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Controlando a ANSIEDADE

Nos últimos tempos tenho visto muitas publicações sobre a ansiedade, principalmente no facebook. O curioso é que a maioria das postagens são pessoais e comentadas por milhares de pessoas que têm sofrido o mesmo problema.
Como já disse em outro texto a ansiedade é uma reação normal do organismo que nos prepara para situações de perigo, funciona como um “sinal de alerta”; no entanto, o que tenho notado é que tem havido uma desregulação coletiva desse sinal de alerta e ele não desliga.

E por que isso acontece?

Bom, nós estamos vivendo em uma época em que a cobrança é constante, não temos tempo para nada, a violência é crescente, a crise financeira só piora, as notícias são sempre as piores possíveis...
Então, o que fazer?

Esse é o “X” da questão... Afinal, esse não é só mais um texto falando sobre a ansiedade, e sim de como lidar com ela.

1ª Dica: “Conhece-te a ti mesmo”


Apesar de muito antigo, esse aforismo é super atual. O autoconhecimento é o primeiro passo para qualquer direção; nesse caso, na direção contrária a ansiedade, você precisa identificar padrões pessoais, situações em que você se sente mais ansioso (a). A ansiedade por si só não se explica, então, você precisa identificar o conjunto de sintomas que você atribui à ansiedade. Por exemplo: Agitação, tensão muscular, coração acelerado, respiração ofegante.... Enfim, descubra como seu corpo manifesta essa ansiedade.
  
2ª Dica: Reconheça os padrões



Para ajudá-lo no passo 1, um dica é  elaborar um auto registro, anotando a situação na qual você se percebeu ansioso (onde estava, com que estava, o que estava fazendo, o que estava pensando, como estava se sentindo e o que aconteceu logo em seguida aquela situação (como você se sentiu, o que pensou). No começo pode parecer um pouco difícil, mas logo você se acostuma e começa a reconhecer os padrões. E então, com base em suas observações e registros você pode fazer uma lista das situações em que se sente mais e menos ansioso, colocando-as em itens, em uma escala de 0 a 10, atribuindo 0 a situações de tranquilidade, onde você não se sentiu nadinha ansioso (a) e 10 a situação de extrema ansiedade, reconhecendo assim, além das situações antecedentes e consequentes da ansiedade, a intensidade dela em variadas ocasiões. 

3ª Dica: Respire


A respiração ajuda a controlar a tensão e quando ficamos ansiosos esse simples e natural gesto parece uma missão impossível. Mas tente! Perceba que nessa situação a respiração fica rápida, pesada e curta. Aos poucos vá tentando tornar a respiração mais lenta e mais profunda, inspirando pelo nariz e soltando pela boca... respira... solta... se preferir, siga as indicações desse vídeo:



Se possível, vá para um local calmo, tranquilo, coloque uma música relaxante e tente pensar em situações agradáveis.
4ª Dica: Use o autoconhecimento a seu favor



Você já consegue identificar as situações em que fica ansioso e suas consequências, então, crie estratégias para lidar com essas situações, estratégias de resolução de problemas antes de estar diante dele. Por exemplo, com estes registros você identificou que fica sempre muito ansioso (a) antes de uma prova, mas também se deu conta de que você só estuda para ela no dia anterior, então você pode se organizar para estudar com antecedência. Ou você tem dificuldade para falar em público, então você pode começar a ensaiar mais, e fazer os exercícios de respiração durante os ensaios.

5ª Dica: Procure ajuda profissional


Como disse antes, a ansiedade é uma reação normal do organismo, no entanto, quando em excesso, pode se transformar em um transtorno (e existe vários tipos e transtorno de ansiedade). Então, se você seguiu as dicas acima e mesmo assim continua com o sinal de alerta ligado sempre ou quase sempre, é hora de procurar ajuda e começar a regular esse sinal. Nesse caso, você deve procurar um Psicólogo e/ou um Psiquiatra. Lembrando que cada tratamento depende da necessidade da pessoa, então, um bom Psicólogo saberá se há necessidade de acompanhamento Psiquiátrico, assim como um bom Psiquiatra saberá se há necessidade de acompanhamento Psicoterápico. 

Uma última dica: tem muita gente por aí sem formação em Psicologia atendendo com nomes genéricos, tipo terapeuta, analista, psicanalista, psicopedagogo... isso porque existem “N” especializações que qualquer profissional com nível superior pode fazer, então, ao procurar por um Psicólogo, exija o CRP, que é o número de Inscrição no Conselho de Classe. Isso lhe dá segurança para saber que está sendo atendido pelo profissional solicitado.
Bom pessoal, por hoje é só, espero ter ajudado e vamos respirar, que na pior das hipóteses estamos exercitando os pulmões.
Dúvidas, críticas e sugestões é só comentar. Um abraço e até a próxima!

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Rebeca Porto - Psicóloga (CRP 02/18624)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

TREINAMENTO PARA CONTROLE DA ANSIEDADE (TENSÃO PRÉ-VESTIBULAR)


Os transtornos de ansiedade são atualmente um dos tipos de transtornos que mais afetam a população, em especial os adolescentes, pré-vestibulandos e/ou vestibulandos, e muitas vezes acabam sendo negligenciados e até chamados de “frescura”. No entanto, a ansiedade, enquanto transtorno gera sofrimento, afeta a autoimagem do adolescente e a crença nele mesmo. Esse é um momento delicado na vida de uma pessoa, pois é uma fase de transição, mas nessa fase o adolescente é chamado para uma responsabilidade que, possivelmente, é uma das mais importantes da sua vida. É o momento em que ele precisa escolher, decidir quem ele quer ser agora que cresceu. Além dessa difícil e incerta decisão o adolescente ainda passa pela pressão de pais, amigos, familiares para escolher uma profissão que talvez não seja a desejada por ele; e também precisa se submeter a um sistema competitivo e seletivo, onde a chance de entrar (ser aprovado) é menor do que a de ser excluído (não ser aprovado).
E nessa grande peneira que são os processos seletivos, nem sempre vence o melhor, aquele que sabe mais, ou estudou mais; nessa "selva", vence aquele mais adaptado, ou seja, além de saber muito, você precisa estar emocionalmente preparado. Em primeiro lugar, preparado para a possibilidade de se reprovado; precisa se preparar para enfrentar uma pressão nunca antes sofrida, se preparar para ficar horas sentado numa cadeira de frente para uma prova que pode decidir seu futuro.
Nesse momento é importante você se conhecer, conhecer seu funcionamento e saber explorar suas habilidades de controle da ansiedade. Pensando nisso, elaboramos um programa no qual o principal objetivo é ajudar adolescentes vestibulandos, a desenvolver habilidades que os auxiliem no controle de estados ansiosos durante processos seletivos. Nossa expectativa é que, ao finalizar o programa, o adolescente seja capaz de realizar a prova sem sentir que pode explodir a qualquer momento, sem sentir aquela famosa dorzinha de barriga ou aquele branco, onde a resposta está na ponta do lápis, mas não sai porque o adolescente está nervoso demais.
COMO SERÁ REALIZADO ESSE TREINAMENTO?
O treinamento para controle de ansiedade será realizado em grupo (um grupo pequeno, que varia de 4 a 8 pessoas), onde serão utilizadas técnicas que auxiliem no controle da ansiedade. Ele será mediado por dois Psicólogos. Serão realizados, no total, 10 encontros, sendo os encontros semanais, aos sábados. O início está previsto para o dia 28 de agosto de 2016 e o término em 22 de outubro de 2016, sendo o final duas semanas antes do ENEM.
QUEM PODE PARTICIPAR DO TREINAMENTO?
O treinamento é indicado para jovens e adolescentes que vão prestar o ENEM ou vestibular este ano (2016) e que apresentam histórico de ansiedade em situações de avaliação.
PSICÓLOGOS RESPONSÁVEIS
Os psicólogos responsáveis pelo planejamento do treinamento são Leandro Marçal (CRP: 02/19206), Rebeca Porto (CRP: 02/18624) e Thássio Nascimento (02/19107), sendo os mediadores dos grupos Rebeca Porto e Thássio Nascimento.
INVESTIMENTO
Até o dia 05/08/2016 (R$600,00) que pode ser divido em até 3X no cartão de crédito ou R$540,00 à vista.
Entre o dia 08/08/2016 e 18/08/2016 (R$700,00) que pode ser dividido em até 3X no cartão de crédito ou R$630,00 à vista.
Desta forma, no primeiro ciclo de inscrições, cada sessão equivale a R$60,00 e no segundo ciclo, R$ 70,00.
INSCRIÇÕES E MAIS INFORMAÇÕES
No ato da inscrição o candidato deve apresentar RG e CPF. Caso seja menor de idade, deve ir acompanhado do responsável legal, que deverá assinar um termo de consentimento da partição do menor, no programa,  
As inscrições se encerram às 18:00 do dia 18/08/2016. Elas devem ser realizadas na Harmonie Espaço Psicoterapêutico, que fica na Rua Santa Fé, n° 177. Bairro: Maria Auxiliadora, no Espaço Levittá Pilates.  
Para mais informações, entrem em contato com nossa equipe:
Leandro Marçal:(87) 9 8875-2645 (WATS e OI)/ (87) 9 9918-4356 (TIM)
Rebeca Porto: (73) 9 9124-8133 (WATS e TIM)/ (87) 9 8848-0046 (TIM) 
Thássio Nascimento:(74) 9 9156-4200 (WATS e TIM)/ 9 8857-6852 (OI)

NOSSO CARTAZ OFICIAL


domingo, 5 de junho de 2016

BULLYNG: AFINAL, QUE BICHO É ESSE?

Por Rebeca Porto
Há alguns anos um “novo” fenômeno tem se tornado evidente na mídia e vem sendo discutido cada vez mais, principalmente nas escolas, o BULLYNG.
O BULLYNG é uma palavra do dicionário inglês, sem tradução literal para o português, mas que é utilizada para definir um conjunto de comportamentos agressivos.
Eu tenho escutado com muita frequência, principalmente de pessoas mais velhas, da geração da minha mãe (que hoje tem 44 anos, com rostinho de 30 rsrs) e até da minha geração, com 20 e poucos anos, que esse negócio de Bullyng é frescura: -“no meu tempo, eu apanhava, eu batia e não tinha nada disso, esses meninos de hoje são muito é fresco”. Mas será que é frescura mesmo? O que mudou nestes anos?
Primeiro, NÃO. Bulling não é frescura, Bullyng não é brincadeira, Bullyng é coisa SÉRIA, muito SÉRIA, diga-se de passagem. Então, o que mudou? Será que mudou?
Como eu coloquei acima, o Bullyng é um fenômeno “novo”, notem que coloquei o novo entre aspas. Usei as aspas porque ele é um fenômeno novo no sentido de ser estudado e receber um nome próprio, que defina um conjunto de comportamentos agressivos. Na verdade, a agressão na escola acontece há muito tempo, mas apenas passou a ser estudado, quando se evidenciou uma relação entre agressões escolares com diversas consequências negativas para crianças e adolescentes.
A principal característica do Bulling é que ele é uma manifestação agressiva repetida, de um agressor em direção a uma mesma vítima, ou seja, uma criança que de repente bateu no colega, por exemplo, não está praticando o Bullyng, se esse ato não se repete por diversas vezes (isso não quer dizer que não seja errado, nem que o fato não deva ser investigado e punido). Outra característica é que a sua prática é mais comum nas escolas, por ser o local onde a criança/ adolescente passa maior parte do tempo em companhia de outras crianças/adolescentes. O Bullyng pode ser dividido em 4 categorias:

Mas por que as pessoas praticam Bullyng?
As pesquisas sobre o assunto apontam diversos fatores, entre eles estão:
Ø  Sofrer violência em outras esferas: A relação entre vítima e agressor, no Bullyng, é claramente uma relação de poder. Nesse sentido, o “mais poderoso” pratica o Bullyng contra o mais frágil e que não pode ou não consegue se defender. Esta relação de poder provavelmente está sendo repetida em outras esferas, principalmente em casa, onde essa criança/adolescente que se comporta de forma agressiva na escola é uma figura frágil em casa. Ele(a) pode estar sendo vítima de agressões físicas ou verbais em casa, pelos pais, irmãos, ou outras figuras de “poder”, e tenta, na escola, “descontar” a agressão que sofre.   
Ø  Sofrer Bullyng: Como coloquei acima, o Bullyng é uma relação de poder, e a lógica aqui é a mesma, aquela criança ou adolescente que sofre o Bullyng, em muitos casos procura uma vítima para descontar a agressão que sofre e sentir que também é “poderoso”.
Ø  Falta de empatia: Empatia é capacidade de uma pessoa de se colocar no lugar na outra e sentir como a outra se sente, é basicamente pensar e sentir em como você estaria se estivesse no lugar daquela pessoa, naquela situação. No caso de pessoas que praticam Bullyng podemos notar claramente a falta desta capacidade, afinal, se ela conseguisse se colocar no lugar da outra criança/adolescente, não faria aquilo. Aí você se pergunta: “mas se é provável que ele também sofra algum tipo de violência como é que ele não consegue imaginar como o outro está se sentindo?”. Ótima pergunta J! O que acontece é que empatia é diferente de você simplesmente saber o que outro está sentindo ou até já ter sentido. Na empatia, você sente, naquela situação, a mesma coisa que a pessoa está sentindo. É um pouco complicado, mas esse vídeo aqui pode te ajudar a entender a diferença entre saber como o outro está se sentindo e realmente sentir a “dor” do outro (https://www.youtube.com/watch?v=aPs6q5vqnFs).        
Ø  Imitação: A criança pode simplesmente presenciar cenas de violência/agressão e querer imitar o agressor. Mas ATENÇÃO, a criança não sai por aí imitando qualquer coisa de qualquer pessoa. Ela imita apenas comportamentos que são de alguma forma aprovado por alguém (mesmo que esse comportamento não seja aprovado socialmente, mas para uma figura importante à criança), e esse alguém também deve ser alguém que serve de modelo/espelho para a criança, ou seja, ela imita alguém a quem admira, fazendo algo em que se deu/dá bem. Por exemplo, ela pode ver o irmão batendo em algum colega mais fraco e assim, tendo o respeito dos colegas, ou ainda presenciar o pai agredindo a mãe, irmão, dessa forma conseguindo a obediência e “respeito” de todos na família. 
O Bullyng traz consequências seríssimas não apenas para as vítimas, mas também quem pratica e para que apenas o presencia. Falar sobre essas consequências é muitíssimo importante, principalmente, porque na maioria dos casos, as vítimas se calam e tanto a escola quanto os pais/cuidadores só poderão identifica-lo a partir do momento em que notar estas consequências:
CONSEQUÊNCIAS do Bullyng:

É importante salientar aqui que cada pessoa vai se comportar de uma forma diferente. Estas são as consequências mais comuns e nem todos vão apresentar todas elas, apenas algumas, e em diferentes graus. No entanto, é importante que pais e professores fiquem atentos a essa questão e aos comportamentos das crianças e dos adolescentes, buscando sempre investigar quando algo estiver diferente do “normal”.
Aos pais, nossa dica é que tentem ao máximo estabelecer uma relação afetiva sólida com seus filhos, baseada na confiança, os instruindo sempre a cotar quando algo não estiver legal (e o que está legal também). E dar sempre atenção ao que eles compartilham, mesmo que vocês não considerem assim tão importante, caso contrário, quando acontecer algo realmente relevante, eles podem não querer dividir com vocês por sentir que não vão ser levados a sério, ou que vocês não se importam, ou que vão, de algum modo, incomodá-los. Também é importante que vocês ensinem aos filhos o respeito ao próximo, principalmente por meio do exemplo, afinal, os maiores modelos das crianças são os pais.
À escola, é importante a importante que esteja atenta as formas de relação de poder estabelecida hierarquicamente (direção/gestão/coordenação/pais/professores/funcionários em geral/alunos), para que esta não seja vista pelos alunos como uma relação de “manda quem pode e obedece quem tem juízo” e sim, como uma relação de respeito. Cabe a escola também elaborar e executar projetos que alertem sobre o Bullyng, suas consequências e estabelecer uma relação de confiança com os alunos, para estes denuncie o fato quando e se ocorrer. Por fim, TODOS na escola, devem conhecer o fenômeno e ser capaz de identifica-lo, para que quando a própria vítima não se manifestar, alguém note o que está acontecendo e possa acolhê-la.       
Por fim, em casos extremos, em que a vítima, o (a) agressor (a) ou até mesmo o expectador apresente aqueles sintomas listados nas consequências, de forma intensa e que isso esteja afetando a vida dele(a), é necessário que a ajuda profissional seja acionada, no caso, um Psicólogo.  Nestes casos, o profissional irá intervir de acordo com as consequências e o modo como elas têm afetado a vida da criança/adolescente e ainda se ela é o agressor a vítima ou apenas um expectador. Em alguns casos, é importante que os pais/cuidadores também procure por ajuda (orientação para pais) para saber de que forma pode ajudar o filho (a) e como lidar com a situação atual, sem ser invasivo ou negligente.
Ainda é válido salientar que alguns adultos ainda apresentam sequelas do Bullyng sofrido na infância, no entanto não relacionam os problemas atuais aos antigos. Alguns dos problemas mais comuns enfrentados por estas pessoas é a dificuldade em fazer novas amizades ou mantê-las, dificuldade em entrar em um relacionamento amoroso (por causa da dificuldade de socializar), agressividade, ansiedade, depressão, dentre outros. Se for seu caso, procure um Psicólogo. Nós podemos ajuda-los a lidar com estes problemas, desenvolvendo estratégias para enfrenta-los, superá-los e seguir adiante.
Bom, por hoje é só. Espero que o artigo tenha ajudado a esclarecer as dúvidas sobre o Bullyng. Se ainda tiver alguma dúvida, entre em contato conosco!
Obrigado pela atenção até a próxima.
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Comente, deixe suas impressões e dúvidas que nós responderemos.
Gostou? Conhece alguém que se interesse pelo assunto? Então compartilhe!!
Sobre a autora: Rebeca Porto é Psicóloga e atende na Harmonie Espaço Psicoterapêutico. É mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, membro do Grupo de Pesquisa em Psicometria e Psicologia do Esporte (GEPPE).
Contato: rebeca.c.porto@hotmail.com